Um camponês, que vivia no meio das serras, só tinha
a filha por companhia. Por sinal que era uma linda menina.
Estava ele a semear batatas e apareceu-lhe um morcego.
– Vou casar com a tua filha – disse-lhe o morcego.
– Tu? – indignou-se o pai da menina. – Quem te dá autorização para tal?
– Hás-de tu dar-me – respondeu-lhe o morcego. – Eu sou mu Um camponês, que vivia no meio das serras, só tinha a filha por companhia. Por sinal que era uma linda menina.
Estava ele a semear batatas e apareceu-lhe um morcego.
– Vou casar com a tua filha – di ito rico. Descobri um tesouro, numa gruta. Anda ver.
Foram ver. Era verdade.
O camponês ficou muito embaraçado. Ele só queria o bem da filha e aquele tesouro podia proporcionar-lhe tudo o que ela desejasse. Mas casá-la com um morcego era demais. O camponês, então, levantou a sachola e deu uma sacholada no morcego.
O pobre bicho, que não esperava esta recompensa, cambaleou, esvoaçou, desamparado e fugiu pela entrada da gruta.
"Não há-de ir longe", pensou o camponês, fechando à chave o cofre do tesouro e metendo a chave no bolso.
Não foi longe, não. Com uma asa fendida, o morcego foi embater de encontro à vidraça da janela do quarto da filha do camponês.
– Pobre bichinho – condoeu-se a rapariga. – Quem te teria feito tanto mal?
Em socorro do morcego, a boa moça ligou-lhe a asa ferida com muita meiguice e aninhou-o num cesto da cozinha.
– Vou tratar de ti até tu ficares bom – prometeu-lhe a menina, fazendo-lhe uma festa na feia cabeça de rato.
– E espero que de mim trates para sempre, gentil menina – disse o morcego, transformando-se, num repente, em príncipe, daqueles dos contos de fadas.
Era, como se vê, um príncipe encantado, que a filha do camponês desencantara. Ainda bem.
Quando o camponês regressou a casa, com uma das mãos no bolso, agarrada à chave do cofre, e a outra a segurar o cabo da sachola, quando o camponês regressou a casa e viu o príncipe e a filha de mãos enlaçadas, não gostou da surpresa.
Mas a menina explicou tudo e o príncipe apressou-se a pedir-lhe a mão da filha em casamento.
– Pretendentes não te faltam – comentou o camponês para a filha. – Ainda há pouco um morcego nojento se atreveu a pedir-me o mesmo. Mas eu atirei-lhe uma cacetada com o sacho.
– Que ainda me dói o ombro – acrescentou o príncipe, sorrindo.
O camponês ficou muito atrapalhado. Para mais, havia aquela história do tesouro, onde ele não se portara muito bem.
Mas o príncipe, como se lhe lesse os pensamentos, tranquilizou-o.
– Guarda para ti a chave do tesouro. Tudo o que o cofre contém passa a pertencer-te. E espero que, nas tuas mãos, se multiplique.
Sendo assim, o camponês condescendeu em que o príncipe desencantado lhe levasse a filha para o seu palácio, que ainda era longe.
Depois de tantas emoções, merecia descanso. Quando a filha e o noivo abalaram, o camponês voltou à gruta, onde estava o cofre. Queria contemplar e sopesar toda a sua
riqueza.
Mas não querem lá ver?! Então o ouro não se transformara em batatas, batatas de semente?! Mágicas…
Malícias mágicas de um príncipe, que fora morcego…
Podia ser pior – comentou, conformado, o camponês, que sabia o valor das batatas de semente e já imaginava o extenso batatal que aquelas batatas iriam proporcionar-lhe.
Mas, para consegui-lo, muito teria ele de dar à sachola…
Estava ele a semear batatas e apareceu-lhe um morcego.
– Vou casar com a tua filha – disse-lhe o morcego.
– Tu? – indignou-se o pai da menina. – Quem te dá autorização para tal?
– Hás-de tu dar-me – respondeu-lhe o morcego. – Eu sou mu Um camponês, que vivia no meio das serras, só tinha a filha por companhia. Por sinal que era uma linda menina.
Estava ele a semear batatas e apareceu-lhe um morcego.
– Vou casar com a tua filha – di ito rico. Descobri um tesouro, numa gruta. Anda ver.
Foram ver. Era verdade.
O camponês ficou muito embaraçado. Ele só queria o bem da filha e aquele tesouro podia proporcionar-lhe tudo o que ela desejasse. Mas casá-la com um morcego era demais. O camponês, então, levantou a sachola e deu uma sacholada no morcego.
O pobre bicho, que não esperava esta recompensa, cambaleou, esvoaçou, desamparado e fugiu pela entrada da gruta.
"Não há-de ir longe", pensou o camponês, fechando à chave o cofre do tesouro e metendo a chave no bolso.
Não foi longe, não. Com uma asa fendida, o morcego foi embater de encontro à vidraça da janela do quarto da filha do camponês.
– Pobre bichinho – condoeu-se a rapariga. – Quem te teria feito tanto mal?
Em socorro do morcego, a boa moça ligou-lhe a asa ferida com muita meiguice e aninhou-o num cesto da cozinha.
– Vou tratar de ti até tu ficares bom – prometeu-lhe a menina, fazendo-lhe uma festa na feia cabeça de rato.
– E espero que de mim trates para sempre, gentil menina – disse o morcego, transformando-se, num repente, em príncipe, daqueles dos contos de fadas.
Era, como se vê, um príncipe encantado, que a filha do camponês desencantara. Ainda bem.
Quando o camponês regressou a casa, com uma das mãos no bolso, agarrada à chave do cofre, e a outra a segurar o cabo da sachola, quando o camponês regressou a casa e viu o príncipe e a filha de mãos enlaçadas, não gostou da surpresa.
Mas a menina explicou tudo e o príncipe apressou-se a pedir-lhe a mão da filha em casamento.
– Pretendentes não te faltam – comentou o camponês para a filha. – Ainda há pouco um morcego nojento se atreveu a pedir-me o mesmo. Mas eu atirei-lhe uma cacetada com o sacho.
– Que ainda me dói o ombro – acrescentou o príncipe, sorrindo.
O camponês ficou muito atrapalhado. Para mais, havia aquela história do tesouro, onde ele não se portara muito bem.
Mas o príncipe, como se lhe lesse os pensamentos, tranquilizou-o.
– Guarda para ti a chave do tesouro. Tudo o que o cofre contém passa a pertencer-te. E espero que, nas tuas mãos, se multiplique.
Sendo assim, o camponês condescendeu em que o príncipe desencantado lhe levasse a filha para o seu palácio, que ainda era longe.
Depois de tantas emoções, merecia descanso. Quando a filha e o noivo abalaram, o camponês voltou à gruta, onde estava o cofre. Queria contemplar e sopesar toda a sua
riqueza.
Mas não querem lá ver?! Então o ouro não se transformara em batatas, batatas de semente?! Mágicas…
Malícias mágicas de um príncipe, que fora morcego…
Podia ser pior – comentou, conformado, o camponês, que sabia o valor das batatas de semente e já imaginava o extenso batatal que aquelas batatas iriam proporcionar-lhe.
Mas, para consegui-lo, muito teria ele de dar à sachola…
António Torrado© APENA - APDD – Cofinanciado pelo POSI e pela Presidência do Conselho de Ministros
Sem comentários:
Enviar um comentário